sexta-feira, 16 de julho de 2010

Oi, mulheres!

Eu sou o máximo.

Quando vou a uma loja de roupas, a atendente olha para os meus olhos e diz com a voz do coração palpitante: “oi querida!”. Eu, claro, já sabendo que esta característica é intrínseca das pessoas deslumbrantes, respondo: “oiiii”.

Já em 2006 eu recebi um e-mail: “Oi minha bananeira”. Esse eu achei estranho, porém: a família frutífera das Musaceae, vulgo bananeira; veja que esplendor; possui um subgênero de bananas chamadas “Musas”. Portanto, para a minha amiga virtual, sou um ser divino fonte de inspiração, uma completa deidade.

Bem, como canta a Neísa Pantera, em sua composição mais famosa (clique e se delicie!) “Eu sou uma fruta forte que aguenta até varada!”

E na varada da noite: “oi Amoooor”. E não, não foi meu namorado o autor do amoroso cumprimento. Foi uma conhecida que eu não via há meses. Eu achei fofo aquele “oi”. Eu acho lindo o amor.

Volto à poetisa Neísa, que já dizia: “Sou gostosa e saborosa, Docinho igual ao mel”.

Por fim, é inevitável: “Oi florrrr”. Leves e esvoaçantes como os passarinhos que beijam vem minhas amigas e dizem: “Florzinha!”

Nhóim, que fofinho.

Canta Neísa, encerra esse textículo:

“Já sabem quem eu sou??”

terça-feira, 6 de julho de 2010

Un perro rojo

Ela foi assim, a vida toda presa em uma coleira de situações.
  • Anti-pulga, pra não contaminar as crianças
  • Curta, pra não chegar até a rua e ser atropelada
  • Barata, pra que gastar con perros?
Um dia, o perro deu um berro. Um sonoro uivo/latido fazia-os escutar o susto da mudança. O pelo antes clarinho ficou vermelho de terra.
O perro tentou esconder o osso.
Lavaram com água, shampoo. Parecia seda.
Pero, encardiu.
O tempo passa, as peles mancham. A pele escureceu. O perro pretiou. Cada dia mais distante do que era, o pobre perro se escondeu na escuridão.
Nessa vida o perro andou, rolou, deu a patinha e latiu como um grandalhão. Pequetito, fez de tudo pra ser um bom cão. Daqueles que cuidam da casa, do osso, do portão.
Hoje perro já se sente um pouco velho e antiquado. Há dias bons em que se passa na frente da casa e ele bate o rabo sem parar.
Há dias de reflexão e perro lembra das roladas ao chão. Com o rabo entre as pernas ele espera emoção.